domingo, 11 de fevereiro de 2007

Chega

por Roberto dos Santos


Costumo usar uma máxima “Nada é tão ruim que não possa ser piorado”, dando um toque sarcástico para situações complicadas. E creio que não é por coincidência, mas essa máxima tem sido uma constante na vida de milhões de brasileiros.
Falo de um item do qual Maslow já descrevia em sua “pirâmide das necessidades”, a segurança, que segundo o teórico administrador é uma das maiores necessidades que um indivíduo tem. Mesmo sendo algo tão básico, em minhas teorias sócio-políticas a dita cuja sempre esteve em planos secundários. Creio que o motivo desta “discriminação” do item é que moro numa cidade relativamente segura.
Um dos meus maiores princípios, que para mim chega a ser um grande paradigma, é o fato de que uma pessoa que saia da sua casa para trabalhar, estudar ou quaisquer atividades, não pode por motivo algum ter seu destino afetado pela ação dolosa de uma outra pessoa ou grupo. Considero isso uma das maiores violências contra o ser humano.
Mas parando de dar tantas voltas em torno de um assunto que apenas é tratado como algo que pode ser “resolvido”, mas que para resolver não se faz nada, o assunto é o trágico desfecho de um roubo de carros (com os ocupantes dentro) no Rio de Janeiro.
O inocente João Hélio Fernandes, criança que segundo relatos era uma criança muito feliz e que fazia as pessoas em torno dela também felizes, que teve sua trajetória prematuramente interrompida pela frieza e covardia de bandidos que se multiplicam no caos chamado submundo.
A família está arrasada, as famílias brasileiras como um todo está compartilhando do sentimento da família do garoto. A mídia que usou seu poder para que o caso fosse trazido à tona, agora noticia a prisão de supostos envolvidos na barbárie. A policia faz um “esforço” para “mostrar serviço”. Daqui uma semana começará o carnaval e o povo, lembrará (se lembrar!) do crime como apenas uma lembrança triste. Porém uma solução eficaz para a segurança pública não vem.
Em épocas de eleição ou de eventos dos partidos, vemos diversas pessoas com camisas com simpáticas aves estilizadas para serem logomarcas, ou pessoas com camisas vermelho sangue ostentando estrelas lutando por partidos políticos, brigando por candidatos. Manipulados pela máquina eleitoral que traz poder para políticos que estão fora do alvo, distantes do propósito de serem públicos.
Os nossos eleitos que deveriam estar lutando por nossas necessidades, se organizando para empreender ações qualificadas para deter o crime e para dar perfeitas condições para o nosso cidadão, estão votando orçamentos partidários, votando aumentos salariais, etc. Assuntos que com certeza não nos influenciam diretamente.
Enquanto isso somos nós, nossos filhos, irmãos e amigos que estão à mercê de acontecimentos semelhantes.

Levantemo-nos num movimento pacifico em busca de nossos mais básicos direitos!